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1.8.10

Queria.


Por mais que tentasse, nessa noite não teria nada pra escrever. Não precisava de outro poema, precisava apenas desabafar. Mais uma vez as palavras eram suas únicas companheiras e ele buscava nelas aquilo que ninguém mais poderia dar. Tentava organizar seus pensamentos, pra de alguma forma chegar à alguma conclusão, mas se deparava com montanhas de dúvidas e incertezas e isso o deixava sem saber o que fazer.
Apenas uma coisa ainda o mantinha de pé, a vontade de continuar, de seguir em frente, de tentar fazer diferente, ao menos uma vez. Era hora de ser egoísta, e uma única vez pensar em si mesmo, no seu orgulho, e acima de tudo e de todos, na sua felicidade. Não queria mais ser julgado. Não queria mais ser julgado por ele, pelos seus amigos, por sua consciência, essa que sabia o que era certo, mas sempre fora vencida pelo seu inútil coração.
Queria ao menos uma vez poder olhar pra trás e ter a certeza de ter feito a coisa certa, sem o peso maldito do arrependimento lembrando-o que houveram outros caminhos, mas que ele, como sempre, escolhera o mais difícil.
Apenas uma coisa ainda o mantinha de pé, a vontade de apenas desabafar e prometer para si mesmo que embora não tivesse nada pra escrever, organizaria seus pensamentos a ponto de derrubar suas montanhas de dúvidas e incertezas. E apenas, ainda que apenas em um poema seria egoísta e pensaria em si mesmo, no seu orgulho, e acima de tudo e de todos, na sua felicidade. Cale-se seu inútil coração! Nessa noite ele é quem decide sobre o que irá escrever.


Airton Gabriel e Rodolpho Rod.

28.7.10

Mais eu, menos eles.

Às vezes tudo que eu queria era que
só a gravidade bastasse pra me prender nesse mundo.

Quero mais eu, menos nós, mais confiança, mais auto-confiança,
mais pensamentos,
mais razão, menos impulso, menos sentimento.
Aonde é o fim da linha? Cadê o meu limite?
Eu não tenho medo de sangrar, eu não tenho medo de lutar. Isso basta?
Eu me encontro perdido, olhando pro mundo e vendo tudo como um deserto
pela simples falta de um só rosto, que me faz sentir completo.
Hoje ao meu lado só tenho as palavras, essas nunca me abandonam,
não me completam, mas me consolam.
Quero mais eu.


Airton Gabriel.

13.7.10

Só talvez.


Talvez eu ainda estivesse me descobrindo.
Mas só talvez. Pra ser sincero, sempre soube quem sou.
Eu poderia ser tudo o que você queria.
Mas talvez eu não tenha a capacidade de ser tudo pra alguém.
Talvez eu tenha a capacidade de ser tudo o que você precisa.
Esse sempre será eu, felizmente ou infelizmente. Não sei.
Nunca soube, mas talvez eu descubra.
Mas cuidado, é só talvez.


Airton.

9.7.10

O despertar pra vida.

Abro os olhos após uma noite de sonhos.
Afasto o lençol.
Olho ao meu redor e me parece que é só mais um dia
daqueles comuns, sem marcas, sem esperanças,
sem realizações ou descobertas.
A imagem no espelho nem eu sei do que se trata.
Olhos que um dia foram estrelas se apresentam ofuscados
pelas emoções, sentimentos, angústia.
Mas ali tem um sorriso, de canto, mas ainda sim um sorriso.
Talvez seja só a vontade de querer fazer diferente.
Fecho novamente os olhos.
Por enquanto, só o que posso fazer é saber lidar com a saudade.
Lavo o rosto e sigo pra mais um dia, como sempre.
De novo, de novo e de novo.
Vida.

Airton.

8.7.10

Confusão.


Confusão! Uma coisa que eu não desejo na cabeça de ninguém. O pior é que eu sei o que eu preciso, só não é o que eu quero. Não sei lidar com isso. Os filmes me ensinaram tudo errado. Houve um tempo em que eu desistiria de tudo, mas não agora. Fuga? Pra onde? Pra dentro de mim? Pra dentro de você? Você está em mim. Mais confusão. Just Confusion. Confusão!


Airton.